Virgílio Correia Filho - SP 1946
(LOGO APÓS A INTRODUÇÃO E ARTIGOS)
Introdução: A Verdade Histórica
A polêmica questão da autoria histórica na fundação de cidades
De acordo com a lei lusófona ou bula papal romana, ou ambas combinadas, para elevação de um povoado à condição oficial de vila ou cidade, seria necessário a instituição de uma Capela Curada (Curato - com padre), incluindo provisão de terrenos, edificações, mobiliário, numerário. O doador de tais bens, ou "provedor" seria titulado "fundador" ["de direito"] de dita cidade, a partir de uma aleatória data de inauguração. Esse provedor, muitas vezes até estranho àquela comunidade (ou um mero oportunista de ocasião) passava ambiciosamente o seu nome aos registros oficiais, se locupletando assim de todos os benefícios políticos e sociais advidos do novo status quo, legados também aos seus descendentes. E o povo local, acarneirado e sem voz, ou cumpliciado, aceitava passivamente essa impostura autocrática sem maiores questionamentos, ficando assim os seus fundadores [de fato], ou pioneiros desbravadores (às vezes com o risco da própria vida) discriminados no mais injusto e humilhado ostracismo: o enterro da verdade! Tampouco respeitava os naturais e legítimos direitos dos seus herdeiros e descendentes! E o que é pior, isto se estendia também ao conhecimento histórico dos futuros estudiosos, autores e professores, que na ignorância da verdadeira autoria, levavam adiante a impostura. Esta esdrúxula, obscura e interesseira normativa do nosso deturpado passado legal, contaminador da nossa realidade histórica, precisa agora ser passada a limpo em nossos registros pedagógicos (respeitando ainda o direito peculiar e autodeterminado dos apossamentos bandeirantes formadores do território pátrio em +2/3!). A verdade é o bem mais precioso que devemos legar aos pósteros além de lição de justiça àqueles que hoje ocupam cargos administrativos da Cultura e Educação, muitos deles infelizmente, indiferentes à essas fundamentais questões sócio-culturais (como já tivemos várias oportunidades de constatar, quando propusemos introduzir uma cartilha bandeirante para as escolas ao então presidente do Conselho de Cultura do Estado S. Paulo, Sr. Carbonari* de Jundiaí), porque são meros ocupantes de cabides de emprego loteados pela política clientelista**! Só estão interessados em seus alto$ provento$ da próxima eleição! "Democracia" é isso aí...
*Carbonari, plural do italiano Carbonaro, ou Carbonários (carvoeiros), nome da maçonaria mafiosa e subversiva daquele país, servindo cinicamente de sobrenome a um de seus antigos e obscuros membros, que o repassou aos seus descendentes que chegaram também ao Brasil.
**Pior ainda, alguns trabalhando para uma sociedade secreta e ideológica infiltrada nos partidos políticos de esquerda, inimiga da nossa religião cristã e da "nobreza da terra" bandeirante (autoridade autêntica), omitindo a autoria delas na formação da pátria e apagando nossa memória histórica do conhecimento das crianças paulistas, negando-lhes assim, o acesso à sua própria identidade.
FOLHA DA MANHÃ, 24 de Janeiro de 1943: "S. PAULO FOI FUNDADA A 29 DE AGOSTO DE 1553? 1554, FUNDAÇÃO DE S. PAULO".
Por Belmonte
"A História do Brasil ainda está eivada de lacunas e obscuridades que não poucas vezes, levam os próprios historiadores a cair no terreno arenoso das conjeturas e probabilidades. O enorme acervo documental ainda inédito, existente nos arquivos brasileiros, portugueses, espanhóis, assim como o que se encontra em poder dos jesuítas - inacessível aos leigos - tem feito da nossa história uma obra inacabada e constantemente sujeita a corrigendas e alterações, algumas de caráter tão profundo que, muitas vezes modificam radicalmente episódios tidos até então como incontestáveis e definitivos. Acontece então que pela ausência de uma documentação idônea, existente mas ignorada, surgem opiniões individuais perfiladas por este ou aquele historiador a respeito de tais e tais acontecimentos mais ou menos importantes. E daí, como é fácil imaginar, se desencadeiam as controvérsias em torneios que empolgam e fascinam (referia-se provavelmente ao Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo), mas que apesar de tudo, não resolvem nada. E sobre o panorama impreciso de nossa História, permanecem as neblinas que o calor das discussões não dilui, nem afasta. Por exemplo: quando se fundou S. Paulo? Quem a fundou? Na escola nos ensinaram que foi a 25 de Janeiro de 1554. Isso é o que se sabia nos tempos amáveis em que ainda íamos à escola. Mas, depois, surgiram da poeira dos arquivos, documentos que vieram alterar aquilo que se estabeleceu como coisa certa, definitiva e indiscutível. E viemos a saber então, novidades sensacionais entre as quais esta: Quem fundou S. Paulo foi Martim Afonso de Sousa!" (Vide também nossa página de rosto).
"Isto é, Martim Afonso fundou um povoado que foi uma espécie de prefácio de S. Paulo. Ou explicando melhor: A S. Paulo (da colina) foi um prolongamento, uma continuação do burgo (campo piratiningano, marginando o tietê) de Martim Afonso. Depois de ter fundado S. Vicente, o fidalgo português subiu ao planalto e veio fundar, entre os índios (Tupi) que se situavam às margens do Tietê (ou na desembocadura do atual Tamanduateí cujo nome antigo era Piratininga), em local onde hoje se acha o Bom Retiro (e Campos Eliseos, Luz, Ponte Pequena) a povoação de Piratininga. Nos meus tempos de escola ninguém falava nesta (vila) Piratininga. Nem hoje os livros escolares falam nela. E, todavia, Piratininga já existia em fins de 1532, pois a sesmaria de Pero Góes, lavrada por Pero Capico, é datada de Piratininga, a 12 de outubro 1532! E o famoso "Diário" de Pero Lopes (de Souza), dedicado a D. João III, acentua categoricamente, narrando as façanhas do seu irmão Martim Afonso:
"Fez vila na ilha de S. Vicente e outra nove léguas dentro pelo sertão, que se chama Piratininga". E acrescenta:
"Aí foi a primeira povoação que nesta terra houve a tempo de Martim Afonso de Sousa". Estas afirmações, como se vê, são definitivas. Mas Manuel da Nóbrega, que aí também esteve, confirma, numa de suas famosas cartas: "... e do mar dez léguas pouco mais ou menos duas léguas de uma povoação de João Ramalho (Santo André), que se chama Piratinim, onde Martim Afonso primeiros povoou"..."Parece não haver a menor dúvida sobre a existência de Piratininga antes da chegada dos doze (ou treze) inacianos que vieram construir um centro de catequese (ou Colégio) na confluência do (rio) Anhangabaú com o (rio) Tamanduateí. Alí esteve Nóbrega doutrinando. Alí esteve João Ramalho comandando. E ao contrário do que afirma Batista Pereira, Piratininga não malogrou-se. Depois de erguido o colégio e multiplicado o casario da colina, Piratininga ainda existia! Consultem-se as "Atas" da Câmara de S. Paulo, nos fins do Século XVI e princípios do XVII e lá se encontrarão referências a um "caminho de Piratininga". Até aí está tudo muito bem. Martim Afonso fundou Piratininga ou se preferem, povoou Piratininga. Porque, segundo a afirmação de Nóbrega, parte dos povoadores desceu para o litoral e parte ficou em Piratininga. O próprio Leonardo Nunes, escrevendo de S. Vicente em 24 de Agosto de 1550, afirma: "... os cristãos que deixei derramados naquele lugar entre os índios"… Todavia, o que aconteceu depois foi que Leonardo Nunes tirou esses cristãos de Piratininga e levou-os para a Borda do Campo, fundando alí a povoação de Santo André - segundo a afirmação de Tomé de Sousa (1553). O que veio desfazer a ilusão de que fora João Ramalho o fundador daquela vila famosa. Ora, se os cristãos abandonaram Piratininga, deixando-a entregue aos índios, ficou decidido não mais se tomar conhecimento dela para efeitos históricos(!!?)*, a não ser como curiosidade para distração(?!) dos historiadores".
Mas o padre Serafim Leite, da Companhia de Jesus, historiador consciencioso, a quem se deve a divulgação de notáveis documentos portugueses sobre a História de S. Paulo, divulga, na sua maravilhosa "História da Companhia de Jesus no Brasil", (tomo I, Livro III, cap. VI, § 1.º) uma carta de Manuel da Nóbrega, datada de 30 de Agosto de 1553:
"Ontem, que foi dia da Degolação de S. João Batista, vindo a uma Aldeia onde se ajuntam novamente e apartam os que convertem e onde pus dois irmãos para os doutrinar, fiz solenemente uns 50 catecúmenos, dos quais tenho boa esperança de que serão bons cristãos e merecerão o batismo e será mostrada por obras a fé que recebem agora. Eu vou adiante buscar alguns escolhidos, que Nosso Senhor terá entre este gentio; lá andarei até ter novas da Bahía, dos Padres que creio serão vindos. Pero Correia foi adiante a denunciar penitência em remissão dos seus pecados" (foi devorado pelos carijós do litoral).
"E Serafim Leite acrescenta: "Esta carta de Nóbrega é a certidão de idade de São Paulo". Falando com a dupla responsabilidade de historiador e de jesuíta, Serafim Leite concorda que a fundação de S. Paulo foi feita em Piratininga (do campo). Em verdade, quando Martim Afonso povoou à margem do Tietê, no Campo de Piratininga, deu ao seu ato todas as solenidades essenciais. Pero Lopes de Sousa, irmão de Martim Afonso, faz da fundação um relato breve mas sugestivo:
"... fez vila na ilha de S. Vicente e outra, 9 léguas dentro pelo sertão, à borda de um rio, que se chama Piratininga; e repartiu a gente nestas duas vilas e fez nelas oficiais; e pôs tudo em boa ordem e justiça, de que a gente toda tomou muita consolação, com verem povoar vilas e ter leis e sacrifícios e celebrar matrimônios e viverem em comunicação das artes; e ser cada um senhor do seu; e investir as injúrias particulares; e ter todos os outros bens da vida segura e conversável".
"Como se vê, Piratininga foi fundada por Martim Afonso de Sousa, em 1532. Dia e mês continuam ignorados, sabendo-se apenas que o foi logo após a fundação de São Vicente. Nóbrega, na carta citada, passou a "certidão de idade" no dia 30 de Agosto de 1553 e Serafim Leite dá a entender que a fundação (na realidade, do Colégio) data de 29 de Agosto de 1553 (1ª missa campal), com a conversão de 50 catecúmenos. É forçoso não esquecer, todavia, que antes desses 50 cristãos (indígenas) de Nóbrega, já existiam lá os cristãos de Martim Afonso ("... parte dos povoadores lá se deixou ficar"...) e os de Leonardo Nunes ("... os cristãos que deixei derramados naquele lugar"...). Não é possível, portanto, deixar de reconhecer a primazia de Martim Afonso na fundação de S. Paulo (nome agregado ao anterior, celebrando a fundação do Colégio jesuíta), embora com o nome de Piratininga. E como dissemos, embora Leonardo Nunes tivesse transportado os cristãos dessa aldeia para a Borda do Campo (outro problema: quem fundou Santo André - Leonardo Nunes ou João Ramalho?), apesar disso Piratininga continuou existindo. Nas "Actas" e no "Registo Geral" da Câmara de São Paulo encontram-se, até os princípios do século XVII referências ao povoado de Martim Afonso, onde naturalmente, já não existiam oficiais, nem Câmara, nem pelourinho - pois tudo isso já se achava então (transferido) na colina do colégio - mas onde ainda moravam cristãos, como se prova por exemplo, com uma data de terras a Antonio Camacho, junto a João Maciel, em 1601. Todavia, apesar de tudo isso, é difícil aceitar como "certidão de idade" a carta de Manuel da Nóbrega, e datar a fundação de São Paulo de 29 de Agosto de 1553, pois S. Paulo só pôde sobreviver e triunfalmente continuar, depois que a muralha da colina a salvou do arrasamento pelos bárbaros (?), que os mamelucos do planalto contra-atacaram e venceram. E se isso foi possível, devem-lo à visão de Nóbrega**(sic) que situou a nova*** Piratininga em lugar estratégico e fez erguer a primeira casa da vila, a casa de doutrina, num ponto de onde nunca mais saiu, porque ela ainda hoje alí permanece, nos alicerces dos paredões que, até há 50 anos, eram a torre da igreja do Colégio".
**Aquele ponto não foi escolhido por Nóbrega, e sim indicado por Tibiriçá, "previamente inspirado", segundo a tradição oral tupi, por Tupã (Deus) através do poderoso raio que fendeu a pedra ITAECERÁ existente naquele exato local, objeto de veneração indígena. Veja texto completo em nossa página de rosto).
***Quando se diz "nova", já se admite a existência da velha.
A Marcha para o Mato Grosso do Rio Jundiaí
(Capítulo de Raízes Nobres do Brasil, livro registrado, gerado e não publicado de nossa autoria, aprovado para publicação e captação de incentivos fiscais ICMS pela Secretaria de Cultura SP, que lhe conferiu diploma de excelência - e pelo MINC, pela Lei Rouanet, ambos em 2007 - o qual pretendemos retitular, revisar e acrescentar novas e ricas informações, para revalidação do projeto, duplicando o seu volume. Aguardamos patrocínio empresarial para formar equipe, dado o vulto da obra com circa 10.000 nomes!).
Na publicação do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo, "Aditamentos à História da Fundação de Jundiaí" de 1994 (cuja xerocópia nos foi cedida pelo então diretor do museu jundiaiense, o gentil e abnegado Geraldo Tomanick) de autoria de três pesquisadores do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, encabeçados por Adriano Campanhole (então já falecido), o autor transcreve às pg. 82, 83, 84, extenso texto referente a este episódio, copiado de autor mais antigo, Leite Cordeiro, nestes termos mais que explícitos:
"... mais de duzentos paulistas, descontentes com a (in)justiça do Capitão Mor (loco-tenente vicentino), assinaram uma representação ameaçando de fechamento o Caminho do Mar caso o governador não solucionasse favoravelmente o seu pedido (a questão da transferência de domínio da aldeia indígena de Maruí ou Barueri e outras aos jesuítas, que proibiam o trabalho servil deles), estavam decididos a procurar noutras paragens para viverem em maior quietude". O citado autor continua a narração da íntegra da carta datada de Janeiro de 1647: "Compareceu perante as autoridades a maior parte dos moradores desta vila e lhe apresentaram o requerimento ao diante por eles assinado em palavras de todos em geral e em vozes altas que eles se sentiam avexados, oprimidos e molestados pelos ministros eclesiásticos os quais com força e violência e por respeito dos reverendos padres da Cia. lhe não guardavam o seu direito e justiça, nem davam lugar a que sua majestade chegassem os seus clamores e queixas por lhe tomarem papéis e impedirem o curso deles, e não lhes receberem apelações nem agravo ... a fim de com seu poder absoluto os privarem de todo o remédio natural; e vendo-se sequestrados dele, estavam resolutos até que seu rei e senhor natural acudisse, fecharem o comércio... (com a Vila de São Vicente)".
(A primeira assinatura é de Jerônimo de Camargo, o que já indica a sua liderança, quem foi também um dos signatários da carta da anterior expulsão dos jesuítas de 1640, cuja 1ª assinatura líder era a de seu irmão, o então Juiz Ordinário Fernão de Camargo, O Tigre").
Quem realmente fundou Jundiaí?
Esta carta acima já diz tudo! E quem republicou, parece que não leu!!? Afirma ainda o mesmo livreto "Aditamentos", que o "fundador oficial" de Jundiaí foi o capitão Rafael de Oliveira*, O Moço, assim considerado por ter apadrinhado a construção da igreja, como era da injusta e interesseira legislação luso-católica. E isto, registrado em condições circunstanciais* baseadas em ¹tradição oral anotada no livro do tombo da matriz local ²cem anos depois(!) (e que logo em seguida ³desapareceu(!), a qual foi copiada pelo padre visitador da Província do Rio de Janeiro, cuja assentamento (cópia) ficou sendo considerado prova daquele apadrinhamento por Rafael de Oliveira (e coadjuvado por sua dita amante, a viúva Petronilha Antunes, envolvendo um suposto crime passional - ouvimos essa história desde criança). Mas tendo em vista que Jerônimo de Camargo era o líder de fato daquela insurreição e um dos líderes políticos da influente família paulistana dominante, e ademais, líder da própria Marcha do Desterro, fica óbvio ser ele o fundador de fato da vila, como adiante veremos. Jerônimo retornaria à vila paulistana três anos depois, em 1652, eleito Juiz Ordinário, o que torna ainda mais evidente a sua autoridade e prestígio em São Paulo, até aquela data. Rafael já possuía sítio com casa estabelecido nos arredores do Japi (Serra), "termo da vila de Parnaíba" e estava mais ligado àquele povo, a única vila mais próxima. O local onde Rafael (falecido em 1654) morava era um arrabalde de Parnaíba com o nome de "Campo Alegre do (rio) Jundiaí", nada parecido com a posterior e atual planta urbana da vila jundiaiense, desde a sua fundação sobre a "Fermosa" colina (situada alguns quilometros distante), para onde Jerônimo de Camargo marchou diretamente e sem vacilar arranchou, liderando as famílias paulistanas desterradas (na atual rua Barão de Jundiaí X Padroeira, antiga Rua Direita), com planta urbanística quase inalterada até hoje! Jerônimo deixou depois o seu cargo da vila de São Paulo e retirou-se para o sertão da Atibaia onde tinha sua fazenda em 1653, fugindo da acusação de fraude nas eleições paulistanas daquele ano, tendo levado consigo às pressas, as chaves do pelouro (cofre) e da casa da Câmara paulistanas, o que obrigou os novos edis eleitos (do partido contrário dos Pires) a arrombar tudo. Irrequieto, como a maioria dos Camargo, abandonaria posteriormente também Atibaia (deixando-a aos cuidados de seu irmão e principal povoador atibaiense, nosso enneavô, o Juiz Cap. Marcelino de Camargo e família, circa 1673) depois de povoá-la inicialmente com 160 índios Guarulhos ou Guaramimis trazidos da Mantiqueira pelo depois nacionalmente reconhecido indigenista Padre Mateus Nunes de Siqueira, somados a muitos outros - cerca de 560 - mais os brancos. Retornou definitivamente para sua residência à "Rua Direita" de Jundiaí, estabelecendo ainda outra fazenda nos arredores. Apesar de já bastante idoso, tomou parte de uma derradeira bandeira apresadora em 1685, ao lado de Antônio Bueno e Salvador de Oliveira!
*Esclarecimento: Em translado de Marcelino Cleto datado de 1767, descoberto recentemente na Torre do Tombo e aqui paleografado pelo nosso colega João Borin, de Jundiaí, de texto original documentado de 1656 -"Auto e Criação desta Vila de Jundiahy" - (com algumas palavras ainda não decifradas) imputam a [provisão, de direito] da capela a Rafael de Oliveira O Moço, auxiliado por outros moradores, fazendo dele assim, o "fundador" daquela vila. Todavia, apesar dessa injusta regra oficial lusófona, continuamos a postular a tese da legitimidade histórica vinculada ao apossamento factual, como real ATO BANDEIRANTE de fundação por Jerônimo de Camargo. Trecho paleografado: "...e por quanto o Capitão Rafael de Oliveira que Deus ............. (tenha) (falecido em 1654) aqui também morador..............// ...Capitão Rafael de Oliveira [conseguir a mercê que se lhe havia concedido alcançou licença do Senhor Prelado para fazer a Igreja acima dito e a fez maior suntuosa .................. (com a) ajuda de alguns moradores que no dito lugar .........]. (Documento ainda sendo paleografado em 05.09.2018).
O historiador Borin de Jundiaí cita ainda outro antigo articulista que se assinava com o pseudônimo de Aymoré (quem na realidade era o então arquivista do Arquivo do Estado que desentranhou e leu todos os originais a respeito da história de Jundiaí, em 1943), reforçando a tese em artigo do jornal "A Comarca" de 1943:
"Jerônimo de Camargo, povoador da vila de Jundiaí; Manoel Preto Jorge e Francisco Gaia, primeiros moradores".Foram concedidas em 1642 (cinco anos antes do apossamento de Jundiaí, em 1647), sesmarias de Ivuturucaia (próximo a Campo Limpo); os que ali tinham recebido sesmarias foram: "Amador Antunes, Onofre Rodrigues Velho e outros". A região de Ivuturucaia naquela época compreendia as atuais regiões da Colônia, Caxambu, Várzea e Botujuru, até perto de Atibaia e Jarinu; entre os rios Jundiaí-Guaçu, Jundiaí-Mirim e o Atibaia, Campo Limpo, Campo Verde (Jarinú), Campo Largo (Jarinú) e Roseira; divisa no espigão da fazenda Marajoara, vale da Ponte Seca, Fazenda do Banco, Ponte Alta e o sertão dos Amaros; terras da Elequeiroz e rio dos Perdões. Era chamada simultaneamente de Hibuturucaia, Ivoturucaia, Buturucaia ou Voturucaia". (Por Walter Gossner - outro antigo historiador).
Washington Luiz argumenta com razão, comentando a (re)fundação de São Paulo pelo grupo liderado por Manuel de Nóbrega, que “a fundação de uma cidade sempre envolve um número plural de pessoas” e portanto, nos fixamos naquela referida afirmação do antigo articulista "Aymoré" de 1943: "Jerônimo de Camargo, povoador da vila de Jundiaí; Manoel Preto Jorge e Francisco Gaia, primeiros moradores", lembrando que a autoria de qualquer movimento do gênero, sempre era conferida ao líder ou 1º signatário documental, no caso, indiscutivelmente Jerônimo de Camargo! (Como também aconteceu com o óbvio Provincial (o chefe) Manoel de Nóbrega em São Paulo e não com o improvável neófito Anchieta, que era mero subordinado e ainda não ordenado).
Curso de Bandeirologia* A fundação de Cidades - Virgílio Correa Filho, 1946.
*(Grafia corrigida e atualizada, preservando-se a originalidade literária). |
A HERANÇA LUSITANA
Para boa compreensão do tema referente ao "Bandeirismo na Formação das Cidades" (do Curso de Bandeirologia) faz-se necessário de início, caracterizar as duas expressões aparentemente contraditórias e inconciliáveis, mas que todavia se associam de forma harmônica do nosso título de pronunciado teor geográfico. Uma nomeia a manifestação máxima da energia étnica-racial, revelada por tendências de indomável individualismo. Deriva a outra, do (secular) espírito gregário que facilita a lucrativa utilização das riquezas naturais. E mais naquela, do domínio histórico-social, enquanto a outra se incluía na alçada ampla da geografia a um de cujos ramos cabe estudar, consoante ensinamento de Demangeon em "As Relações Dos Agrupamentos Humanos Com o Meio Geográfico". (1)
Na primeira, a étnica, espelha-se o mesmo ímpeto aventureiro, que levou o minúsculo Portugal a descerrar os horizontes da era moderna, mercê da audácia dos seus navegantes, cujos olhares penetrantes foram devassando os mistérios dos temíveis e inescrutáveis oceanos à procura de terras e ilhas, por onde pudessem "dilatar a fé e o império". Iam impelidos pela curiosidade servida por hábil técnica de navegação, para cujo aperfeiçoamento (mundial, que favoreceu até o imperialismo britânico) contribuíram sobremaneira - ilustrando litorais e o mar oceânico, cujo descobrimento maravilhou a Europa, antes de promover-lhe o enriquecimento.
Exausto de tamanho esforço mantido por mais de século, que lhe consumiu as melhores reservas de energia, Portugal se extenuou, apagando-se como farol abandonado. Dera à humanidade, com a perícia dos seus navegantes e conquistadores de mares bravios que iam sacrificar suas próprias vidas em terras distantes, sumindo do cenário internacional quando já nem lhe seria notada a ausência. O esforço que desenvolvera na era do Infante D. Henrique, fanático pelo engrandecimento de sua pátria e religião, por meio da ciência náutica de Sagres, a D. João II que resoluto impugnou a bula papal de Alexandre VI, por julgá-la atentatória aos direitos naturais que lhes assistiam na expansão ao Ocidente pelas suas intrépidas caravelas, permitiria os esplendores manuelinos sustentados pela opulência asiática.
Gradativamente, porém, foi se abatendo a magnificência que deslumbrou o raiar luminoso do século XVI, em cuja segunda metade se acentuou a crise de chefia, acorde com outros graves sintomas de progressiva desorganização, tragicamente rematada no episódio (militar) desastroso de Alcacerquibir. Com (a morte, sem herdeiros) do rei D. Sebastião, se esvaeceu a esperança de novos alentos, que sustassem aquela decadência reinante de que se beneficiou Filipe II da Espanha, ao recolher a (oportunista) herança deixada pelo Cardeal D. Henrique, ultimo rei da série nobilitada pelo Príncipe Perfeito. Politicamente, Portugal mergulhou em colapso fatal. Outros povos entretanto, lhe receberiam a chama inspiradora, que iluminou de vivos clarões a alvorada resplandecente do Renascimento, interpretada às maravilhas pelo seu épico imortal. A raça porém não se extinguiu, animada que estava pelo seu poema luminoso. E antes que a Metrópole decaída de sua posição gloriosa, mas afinal sacudida pelo brio atávico recuperasse a perdida soberania, a sua colônia americana (do Brasil) preparou-se para lhe compensar os ultrajes do jugo desmoralizador (da Espanha).
ATENÇÃO!
PESQUISADORES, GENEALOGISTAS, HISTORIADORES, JORNALISTAS, ACADÊMICOS, INSTITUTOS OFICIAIS E ESCRITORES.
Dispomos de extensa biblioteca digital pesquisável e dividida em dois lotes, um de [Genealogia/Hist. de S. Paulo 1208 volumes = 2.089 arquivos = 356.000 páginas = 45 Gb de dados!] e outro de [História do Brasil 1370 volumes = 2.054 arquivos = 387.000 páginas = 50,7 Gb de dados] de autores clássicos*, séculos XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI indexadas em banco de dados PDF: numa única consulta abrange milhares de páginas em minutos!!! Rica em Biografias e episódios interessantes! Ideal para quem esteja desenvolvendo trabalho literário
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REVIDES COLONIAIS
No Brasil, os descendentes dos audazes navegantes imitam-lhes as viagens incomparáveis, embora de maneira diversa. Não mais lhes seriam necessárias as caravelas, que levaram o estandarte das quinas a todos os mares. Já não havia oceano por descobrir, depois que as naus peninsulares sulcaram o Atlântico e o Pacifico, roteados na exaustiva sequência de aventuras de Fernão de Magalhães, ao empreender a circunavegação do globo. A massa interior continental ou hinterland, todavia, continuava ainda virgem de olhares europeus, apesar das tentativas inoperantes, as mais das vezes desfechadas em martírio (Entradas quinhentistas, algumas dizimadas). Os litorâneos limitavam-se a arranhar as praias, à moda caranguejeira.
A penetração era-lhes vedada pelo meridiano imposto em Tordesilhas e pelos silvícolas xenófobos. A anexação do reino lusitano pela Espanha (1580), ao colocar na cabeça de Filipe II as duas coroas do bloco ibérico de outrora, facilitou a deflagração do fenômeno a que o Brasil deve à sua atual posição geográfica (avanço ao Oeste), graças à ação dos que não se conformaram com a usurpação filipina. Romperam em mil pedaços o anacrônico meridiano, por novas e criativas linhas que sobrescreveram o traçado das antigas fronteiras asfixiantes. Tornou-se a propósito, conhecida a intimação de um desses paladinos da causa patriótica (Raposo Tavares) às patrulhas castelhanas, que se lhe depararam no planalto maracajuano, entre águas tributárias do Paraná e do Paraguai:
"Viemos expulsar-vos destas terras que são d'El-Rei de Portugal e não de Espanha".Linguagem duplamente infratora das normas do conformismo, aplicada à região sem dúvida além do meridiano lindeiro, por quem deveria obediência às ordens de Madrid via Lisboa. Ainda que não fosse real o episódio registrado pelos cronistas, incontestável é que a "mesopotâmia" atravessada pela E. F. Noroeste do Brasil, entre o Jupiá e Porto Esperança, proporcionou cenário portentoso ao embate das duas correntes de expansão imperialista, uma que procedia de Assunção (Paraguai) orientada para o Norte (Mato Grosso) e a onda que de São Paulo se precipitava para Oeste (Guairá, Paraná, Mato Grosso), levando tudo de roldão, fossem aldeamentos de indígenas ou vilarejos miscigenados. Nada poupariam os temerários vingadores das afrontas sofridas por sua pátria humilhada. Bem que avultasse o gesto de Antonio Raposo Tavares, como desafio às iniciativas castelhanas, nenhuma impugnação eficaz lhe rechaçou as hostes aguerridas, em que se espelhava a capacidade organizadora daqueles conquistadores, a quem a historia nomeou Bandeirantes, por distingui-l0s de quaisquer outros tipos de conquistadores: A Raça de Gigantes!, Segundo Saint Hilaire (inserção).
Bandeirantes Mineradores |
Autodeterminados, desfraldavam uma bandeira, a sua própria, em torno da qual se reuniam lutadores impávidos. Não basta essa minguada explicação para lhes definir a impetuosidade combativa e a perseverança nos empreendimentos atrevidos. Eram paulistas aqui nascidos, ou aclimatados ao sol montanhês estimulante de ousadias. Embeberam-se do sadio ar temperado do planalto, que lhes enfunava os corações fogosos, arrebatando-os para as empresas gigantescas. Não fôra em vão que os fundadores do germe urbano da Paulicéia, fora do alcance da pirataria litorânea, plantaram carinhosamente e sob os melhores auspícios, as sementes da civilização regional vista do rio (Tietê), que fluía rumo aos ínvios sertões, como permanente convite às arrancadas ao som das correntes. Peninsulares transplantados, mamelucos resultantes do cruzamento da índia com o branco, mestiços de vária tonalidade, todos juntos se abrasavam nos fecundos anseios dos empreendedores bandeirantes, de cuja realização participavam com satisfação.
E assim penetraram pelos seus feitos inigualáveis, na Historia da Formação do Brasil! Atuavam como agentes de tarefas sobre-humanas, impelidos pela predestinação, quando não os guiassem interesses econômicos imediatos. De qualquer maneira, agiam quase sempre fora da lei, embora dispusessem da colaboração dela, em alguns dos seus representantes. Raramente se abalariam rumo ao desconhecido, sem que os acompanhasse habilitado escrivão tabelião ou o capelão, para a salvação das almas dos que perecessem nos sertões.
Em colunas já então numerosas e experimentadas, acometeram mais tarde a província de Guairá (Oeste do Paraná e Paraguai), cuja população aprisionaram. Desceram às Missões do Uruguai, onde conheceram tremendo revés. Saltaram o Paraná. Destruíram Santiago de Xerez e aldeias circundantes no atual Estado de Mato Grosso invadido. E refluíam de cada expedição, com milhares de silvícolas reduzidos ao cativeiro (para alimentar a crescente economia que formaria no futuro um grande império sob os governos de Pedro I e II). É a fase despovoadora do bandeirismo. Ação inegavelmente negativa na fundação de cidades.
A formação do Território Nacional |
Não porém, quanto às atividades geográficas desenvolvidas simultaneamente. Se o nosso tema proposto se referisse ao "Bandeirismo e sua Geografia", ou A "Geografia do Bandeirismo", deveriam ser analisadas as penetrantes investidas dos afoitos sertanistas, que palmilharam os sertões brasileiros em todos os rumos. Não dispunham de astrolábios, nem instrumento algum de observação que o substituísse; mas o tino herdado talvez do índio, com o qual aprenderam os invasores de suas terras a servir-se das balizas naturais, proporcionadas pelos picos e serras, pelos rios, pela vegetação, bastava para lhes nortear as explorações. Assim, da vila de Parnaíba da qual jamais se esqueceria, como provou ao levar-lhe o nome ao rio (Parnaíba do Norte) em cuja beira estacou, partiu Domingos Jorge Velho atraído para o Norte. Alcançou o São Francisco e nele se prolongou. Tomando-lhe os afluentes, galgou o divisor para descer além, pelo Gurgueia. Marginou o rio Parauaçú dos nativos com os quais lutou. Mudou-lhe o nome (para Rio Parnaíba), para lembrança de sua vila natal (Santana de Parnaíba SP), segundo afirmam historiadores conceituados.
E ainda rumaria mais à direita, para destruir o baluarte negro dos Palmares (do cangaceiro Zumbi, que atacava aldeias e fazendas matando os seus habitantes e trabalhadores rurais, em rituais de macumba, segundo o insuspeito autor pernambucano Mário Wanderley). (2) Combinado tamanho percurso com o de Cristóvão de Abreu, que terminando mais tarde o trecho revolto da subida da serra para Lajes, ligou por estrada boiadeira a Colônia de Sacramento com Sorocaba e Piratininga, compõe extensa faixa aproximadamente paralela ao litoral, entre o estuário platino e o Nordeste, que se tornou perfeitamente conhecida, com os seus acidentes topográficos e peculiaridades regionais favoráveis à ocupação em certos trechos e hostis em outros. Em sentido transversal, de inúmeras incursões conservaram-se vestígios ou provas documentais, que evidenciam a argúcia exploradora dos bandeirantes, capazes de cruzar o continente sul-americano de leste a oeste, como atestou a tripla jornada de Antonio Raposo (Tavares), ao marinhar pelas encostas andinas onde teria regressado por águas amazônicas, ao completar por terra o circuito através do território matogrossense.
Devassaram as maiores bacias hidrográficas do Paraná, cujos principais tributários sulcaram; Paranapanema, além dos seus formadores, o Grande e o Paranaíba do Paraguai e seus inúmeros galhos navegáveis, do Tocantins, o Araguaia, do São Francisco e seus afluentes, entre os quais o rio das Velhas. A crédito do bandeirismo anotam-se as principais entradas pela hinterlândia (massa interior continental), que lhe aclararam os mistérios, a exemplo do que realizaram os navegantes portugueses, ao levantarem os véus lendários que vedavam as singraduras dos mares tenebrosos "nunca antes navegados". Os ensinamentos, porém, nem sempre seriam utilizados pelos pósteros. Transmitiam-se apenas por tradição oral, que os desfiguraria. Nem pretendiam os esmerados desbravadores registrar os seus roteiros, que não se dirigiam ao ponto predeterminado. Antes, vagavam pelos sertões arrebatados por irresistível compulsão, que lhes facilitava a aquisição de mão-de-obra. Farejavam de longe a sua presa contra a qual orientavam a sua acometida. Os conhecimentos geográficos adquiridos eram consequência da anterior fase prospectiva das paragens desconhecidas, nem sempre acompanhadas da posse, que todavia ocorreu no vale de São Francisco e pelo Nordeste, assenhoreado pela indústria pastoril e posteriormente nas colinas sulinas.
Opositores decididos da asfixiante linha de Tordesilhas, revidavam no Brasil as transgressões empreendidas oficialmente pela Espanha no Pacifico. Não reconheciam o meridiano divisório que lhes impediria as jornadas sem fim, e das quais resultou o descortinamento da imensidão territorial! É certo que, se não houvesse a ocupação efetiva, também não haveria direito algum para futuras negociações diplomáticas. Assim Pedro Xavier, ao guiar os seus comandados até a vizinhança de Vila Rica do pai, donde regressou com algumas centenas de índios aprisionados, não visara a nenhum objetivo político de expansionismo.
Tão logo arrebanhou os domesticados acobreados, a cuja caça andava, contra-marchou às pressas, de maneira que não mais o alcançaria a coluna organizada pelo opositor governador Andino, cuja investida inócua à sua retaguarda rechaçou com vantagem. Também os bandeirantes que escalaram os Andes, onde mais de um pereceria, como Ferraz de Araújo e Frias em luta contra aqueles naturais, nenhuma conquista realizaram além do reconhecimento das regiões vizinhas. Formavam ali porém, a Escola do Bandeirismo, como D. Henrique em Sagres ao abrir o ciclo das amplas navegações, com a sua técnica especial, a têmpera da personalidade, a resistência física sobranceira aos obstáculos e especialmente a decisão de vencê-los, ainda que se tornasse necessária a prática de atos (brutais) que em circunstancias normais seriam condenados. Caracterizados por qualidades e defeitos incomuns, vararam a vastidão assenhoreada pelos silvícolas e a ocuparam. A fase (expansiva) e construtiva deriva da mineração, direta ou indiretamente.
Vararam a Vastidão Territorial do Brasil... |
*Frase incansavelmente repetida pelo guardião da cultura Geraldo Tomanik, acrescentando: "O povo de Jundiaí precisa cuidar mais da cultura!" (E como)!
Fernão Dias Paes |
Nesse louco vagar, nessa marcha perdida,
Tu foste, como o sol, uma fonte de vida;
Cada passada tua era um caminho aberto!
Cada pouso mudado, uma nova conquista
E enquanto ias sonhando o teu sonho egoísta,
Teu pé, como o de um deus, fecundava o deserto.
E nos paroxismos dos acessos sezonáticos,
Cada passada tua era um caminho aberto!
Cada pouso mudado, uma nova conquista
E enquanto ias sonhando o teu sonho egoísta,
Teu pé, como o de um deus, fecundava o deserto.
E nos paroxismos dos acessos sezonáticos,
o delírio lhe predizia, pela ficção maravilhosa da poesia,
o juízo da posteridade:
Tu cantarás na voz dos sinos, nas charruas,
No esto da multidão, no tumultuar das ruas,
No clamor do trabalho e nos hinos da paz:
E, subjugando o olvido, através das idades,
Violador de sertões, plantador de cidades,
Dentro do coração da pátria viverás!
Tu cantarás na voz dos sinos, nas charruas,
No esto da multidão, no tumultuar das ruas,
No clamor do trabalho e nos hinos da paz:
E, subjugando o olvido, através das idades,
Violador de sertões, plantador de cidades,
Dentro do coração da pátria viverás!
Olavo Bilac
Assim, a inspiração do parnasiano exaltou a contribuição do bandeirante para o povoamento; assinalavam as paradas mais ou menos longas, continham elementos de vida, estimuladores do seu desenvolvimento. Atuariam à maneira de centros de condensação demográfica. Por isso, na estrada que de São Paulo atingia o Paraíba (do Sul), de onde derivava para a garganta de Embaú, na travessia da Mantiqueira, testemunham as entradas dos bandeirantes as cidades de Pouso Alto, de nome expressivo; Passa Quatro, que denota a peculiaridade local do rio; Baependi, termo em cuja etimologia tupi houve quem lobrigasse o espanto indígena ao dar com os temíveis invasores de suas terras! (Que nação de gente é a tua?)
Os bandeirantes compuseram a sua própria geografia, por meio das vias de penetração que rasgaram todos os quadrantes, com a segurança de exploradores sagazes; dos povoados, a que insuflavam o alento criador; das riquezas naturais, cujos segredos não lhes resistiram a bisbilhotice cobiçosa. Geógrafos incultos, não cogitariam porém de transmitir por escrito à posteridade, os conhecimentos que lhes nortearam as arrancadas assombrosas. Contentavam-se em possuí-los, ainda que a afoiteza lhes custasse a vida. Os roteiros em geral enigmáticos, que as delineiam aos fragmentos, mal correspondem à precisão dos avanços isentos de guinadas perigosas. Os núcleos urbanos que fundaram, todavia atestam-lhes a presença pelas mais remotas paragens brasileiras, cuja ocupação iniciaram à revelia da ação de governantes. As cidades, que lhes devem a fundação divergem funcionalmente de outras de fase anterior, ou das que foram geradas posteriormente. As primeiras, promovidas as mais das vezes por decisão régia, afloraram no litoral com intuitos políticos ou militares, para a defesa contra piratas que o mar acobertava para as acometidas de surpresa. São Vicente, de Martim Afonso; Salvador, na baga de Todos os Santos; Rio de Janeiro, beira da Guanabara, derivaram de ordens de Lisboa, executadas pelos mais altos representantes dos monarcas.
Outras resultariam de iniciativas dos donatários, as voltas com os encargos proporcionados e amplitude dos seus direitos e poderes. Olinda, que espelhou o descortino conquistador de Duarte Coelho; Ilhéus, Vitória, concretizariam aspirações progressistas, nem sempre coroadas de êxito, ou resultaram da expansão de antigos estabelecimentos agrícolas, engenhos de açúcar, principalmente. Mais tarde ainda, propósitos castrenses determinariam a fundação de Fortaleza, cujo topônimo evidencia a função de que lhe derivou a origem; de Natal, São Luís, cenário de luta contra os intrusos de La Ravardiére, que se anteciparam aos lusos na ocupação de Belém; e no extremo Rio Grande (do Sul), a boca da Lagoa dos Patos. As cidades bandeirantes, ao contrário, não provieram de planos premeditados com propósitos defensivos, salvo o caso de Laguna à beira-mar, em cuja formação preponderou a influência da gente de São Paulo, desenvolvida pela família de Brito Peixoto (de Parnaíba SP). A iniciativa particular de arrojados pioneiros, atendeu nesse lance a conveniência de ordem politica, ao estabelecer o posto avançado em rumo do Rio da Prata, a cuja margem o governo lusitano ordenara a fundação da Colônia de Sacramento.
A função que desempenhou por mais de dois decênios, de movimentado entreposto onde se abasteciam os comerciantes do Rio de Janeiro e os platinos, somente começou a esbater-se depois que os boiadeiros e tropeiros se habituaram a trafegar pela estrada de Cristóvão de Abreu, sobranceira aos perigos de naufrágios por aquela costa acoitada continuamente de ventos tempestuosos. Laguna, à beira-mar, com o seu destino raiano de apoio à avançada para o Sul, avulta como exceção no quadro geral do bandeirismo, ampliado de preferência pela hinterlância (interiorização) onde se deixava atrair pela imensidão que salpicou de povoados reveladores de suas tendências. Não pretendiam de antemão assentar as bases de futuras cidades quando do estabelecimento que logo se patenteava no gérmen citadino, mas visando o beneficio das bandeiras posteriores (entrepostos), às quais já estaria em condições de prover mantimentos e assistência que porventura necessitassem.
BANDEIRANTES E CURRALEIROS
Assim se desenvolveram as localidades que flanqueavam com núcleos demográficos as estradas de penetração, entre as quais sobressaiu a “Barra do Rio das Velhas”, na faixa de contacto das bandeiras paulistas com os curraleiros da Bahia e do Piauí. Outras vezes, haveria para a atração de povoadores, além da que os alucinava com a miragem do ouro fascinante. Vila Rica povoou-se às tontas com as suas ricas lavras, que lhe deram fama e opulência, consignada no título oficial, mais tarde transformado em Ouro Preto, sobremaneira significativo. Em torno, inquieta constelação de garimpeiros, constituídos de hábeis manejadores de bateias, assinalariam a presença dos bandeirantes, que os fundaram antes da luta contra os emboabas, a quem tocaram as vantagens pretendidas. Refluíram os prejudicados (paulistas) para sempre e sem que o suspeitassem, iriam renovar no recesso dos sertões distantes a mesma vocação urbanizadora de que deixaram amostras florescentes no território mineiro. Especialmente em dois casos (abaixo) culminou a energia civilizadora, que se espelhou na fundação de povoados sertanejos, sem tardança enaltecidos com as regalias de vila:
¹CUIABÁ
Cuiabá, primeiramente, pela relevância adquirida nos fastos do bandeirismo e consequência imediata na repetição da aventura em águas do Araguaia. Investida comum naquela época, desde que se apagaram das margens do Aquidauana os vestígios do povoado castelhano de Xerez, por volta do segundo quartel do século dezessete, empreendeu Antônio Pires de Campos ("Pai Pirá") através dos sertões, que varara ainda menino, em companhia de seu progenitor. Coxipó topou com o aldeamento, que não lhe resistiu a acometida. Aprisionou quantos quis. De regresso, encontrou Pascoal Moreira Cabral a quem as pesquisas pacientes de Taunay atribuíram a incumbência de fronteiriço arranchado longamente no campo entrincheirado de Miranda. Revelou-lhe quanto vira nos domínios dos índios que deram nome ao rio. Espicaçou-lhe a ambição e dos seus companheiros de seguir pelo mesmo caminho. Já não havia nenhum rancho que o fogo destruíra. Pelo Coxipó acima porém, rastearam os silvícolas em retirada. E foram assaltá-los sem êxito na paliçada à margem de um dos afluentes. Rechaçados, contramarcharam, à espera de possíveis auxílios. Bandeiras e bandeiras frequentemente se cruzavam nas paragens remotas e assim poderiam aguardar o indispensável socorro que evitasse maiores danos, quando não o fracasso total.
O rio proporcionava a melhor via de penetração, e as narrativas de Pires de Campos ("Pai Pirá") naturalmente estimulariam seguidores destemidos, impelidos por igual cobiça. Não seria, pois, inteiramente falaz a esperança de reforços, que de fato não tardaram, sem qualquer prévia combinação. Enquanto esperavam, a curiosidade começou a dirigir-lhes as iniciativas. Ao mesmo tempo em que reconheciam o terreno adjacente para evitar surpresas hostis, começaram entusiasmados a garimpar os cascalhos do leito do ribeirão. Não tinham ferramentas nem bateia, mas para o primeiro ensaio bastava o prato de estanho que levavam para as refeições. Em pouco, luziu o primeiro grão dourado, reconhecido pelo olhar experimentado de faiscador talvez remanescente das minas emboabas. Outra prova e resultado mais animador! Quantas vezes repetiam o exame, tantas outras se revelava o metal ambicionado! Maravilhados com a descoberta inesperada, transfiguraram-se! (Para quê escravizar índios e conduzi-los ao litoral, se maior opulência lhes oferecia o solo dadivoso)? Decidiram deixá-los em suas malocas, ou que se retirassem para longe, onde não viessem perturbar os trabalhos de mineração. E para que o sucesso de tamanha relevância não passasse despercebido, fizeram juntos, a 8 de Abril de 1719, assento de ata que serviu de certidão de nascimento do mais afastado arraial daquela época. Organizado para a cata do ouro, mudaria de local mais de uma vez, até fixar-se à margem do córrego da Prainha, em torno da “maior mancha” aurífera de que se teve noticia. Somente de uma pequena quadra foram extraídas quatrocentas arrobas de ouro, conforme registraram os cronistas.
O alvoroço causado em São Paulo pela notícia auspiciosa da bandeira de Pascoal Moreira (Cabral) instigaria os menos arrojados. Comitivas e mais comitivas organizavam-se às pressas, em desafio aos embaraços que retardavam a marcha de quatro a seis meses. Só de uma feita, na monção de Rodrigo César (de Menezes), ultrapassou de 3.000 o número de viajantes destinados a Cuiabá! Alcançavam por terra Araraitaguaba à margem do Tietê, hoje Porto Feliz, que conserva as tradições de limiar setecentista dos sertões. Ao som das águas, sulcavam o rio ora tranquilo em longas jornadas, ora em cachoante nas corredeiras e saltos, o último dos quais com de onze metros de altura até a foz. Rodavam pelo Rio Paraná até o Rio Pardo, pelo qual entravam. E contra a corrente saltavam-lhe as cachoeiras e infletiam pelo tributário, cuja navegação terminava no porto inicial do varadouro de Camapuã, extenso de 13,7 Km, sobre o dorso do divisor de águas, transposto o qual atingiam o afluente do Taquari. Desciam, já livres dos aborrecimentos fluviais, em que se alternavam perigos de naufrágios e varações por terra, até o Rio Paraguai que remontavam, e de arrepio continuavam até o Porto Geral, a montante da vista da foz do córrego da Prainha.
Percorriam, ao todo, pelo serpenteio dos rios, quinhentas e trinta léguas de navegação. Saltavam e apenas viam pelo barranco pardo-avermelhado pobres palhoças de pescadores. O aglomerado urbano encontrava-se, à distância de meia légua, ao flanco das lavras opulentas. Organizara-se atabalhoadamente para a tarefa espoliadora dos aluviões pejadas de ouro. Não era propriamente uma cidade que se delineava, mas um movediço acampamento de escavadores, que se abrigavam em ranchos efêmeros. As mudanças anteriores não fariam prever maior estabilidade ao arraial. Todavia, a abundância das minas fixou-o definitivamente no mesmo local onde Sutil, sorocabano afortunado, se deparara com colheita fácil e copiosa do metal precioso. Serenadas as alucinações dos primeiros tempos que repercutiam nas cidades litorâneas, onde Cuiabá adquiriu fama estonteante, começou o arraial a cuidar dos seus traços urbanísticos mediante melhor ordem nas armações (da taipa) e construções destinadas a perdurar, feita de pau a pique a princípio, de grossas taipas depois os adobes. Mas, ainda na atualidade, não obstante as transformações que lhe alteraram as feições primitivas, exibem-se vestígios daquele urbanismo apressado, que imprimiu a Cuiabá o cunho de sua origem bandeirante. Tão rapidamente cresceu, apesar da grande distância afugentando os tímidos, que antes de fundar o primeiro decênio, atraiu a presença do Capitão General Rodrigo César de Menezes. E mal terminou a sua longa viagem pela via fluvial tieteana, decidiu conceder-lhe as regalias de Vila de N. S. do Bom Jesus de Cuiabá, a 1.º de Janeiro de 1727. Já então se erguia a igreja, que seria a Matriz (então coberta de capim), graças à piedade incansável de Jacinto Barbosa Lopes, irmão do Frei Pacifico dos Anjos, que a inaugurou. Nove prédios se elevavam em sobrados, cobertos de telhas, enquanto a maioria ainda usava sapé, quando não se cobria de ainda mais pobres palmeiras de Uacuri.
Vila Boa de Goiás em 1803 pintura de Joaquim Cardozo Xavier |
Vila irmã de análoga origem, embora já em parte proveniente de iniciativa oficial, que nenhum influxo exerceu no arraial de Cuiabá, de organização espontaneamente bandeirante, brotou a leste, quando Bartolomeu Bueno da Silva O Moço (Anhanguera II), de nobre estirpe (matrilinear dos Branco, ricos fidalgos lusos), se propôs a retrilhar, por serras e vales, o esquecido caminho pelo qual atingira na meninice, em companhia de seu pai, a região onde brincara com pepitas de ouro, sem lhes tributar valor algum. Em vez de seguir pelo Tietê, rumou para o norte cruzando tributários do Rio Grande (divisa de Minas) e passou-lhe para a margem direita, nas proximidades da travessia escolhida pela E. F. Mogiana, cujo traçado lhe acompanhou em grande parte o rastro de explorador aprimorado. Transpôs adiante, o Paranaíba e vários dos seus afluentes. O tino sertanista não o reteve em maiores indagações nem no solo de terra roxa de São Paulo, no arenito uberabense, nem no lençol eruptivo do vale paranaibano. Mas ao atingir águas do Rio Vermelho, que fluem para o Rio Araguaia, acampou esperançoso de encontrar o que procurava, embora já insatisfeitos de tamanha demora, alguns dos seus companheiros tivessem preferido desertar. Achava-se, então, a mais de 200 léguas de São Paulo, onde Rodrigo César lhe excitara o brio paulista, acenando-lhe com auxílio na fase de exploração e outras mercês, assim que fosse verificada a ocorrência de cascalhos auríferos, que prometera descobrir.
Apesar de maltratado pelas deserções de colaboradores competentes e carência de outros recursos, antes que o desânimo lhe cercasse as prospecções, provou que realmente palmilhava a região. Daí não mais prosseguiria sem rumo. Fincou-se às margens do ribeirão, onde não foi difícil a colheita do metal cobiçado. Ali estabeleceu o arraial que em sua homenagem, tomaria com as insígnias respectivas, o nome de Vila Boa (Buena*) de Goiás.
*De onde procede a nossa linhagem principal Bueno de Camargo.
Cidades Irmãs
São as duas cidades que mais fielmente espelham as características de genuína filiação do bandeirismo e sem mescla nenhuma de influência governativa, Cuiabá originou-se do ouro dos seus cascalhos, que ainda na atualidade, costumam premiar a perseverança de garotos empenhados em bateá-los, após as chuvaradas propícias a separação da escória argilosa. Ninguém pretenderia fixar-se tão longe dos núcleos urbanos existentes na Capitania de São Paulo, caso o córrego da Prainha não apresentasse a opulência dos mineiros próximos, como agente condensador dos batedores de sertões. Contemporaneamente, aflorou a antiga capital de Goiás com o estímulo decorrente da surpresa causada à bandeira de Pascoal Moreira Cabral. Para lhe revelar as riquezas, partira o Anhanguera II de São Paulo, obstinadamente decidido a ir ter às minas comparáveis de Cuiabá e não desistiu dos seus propósitos antes de estacar nas margens do Rio Vermelho. Não houve obstáculo que o detivesse, nem cedeu a nenhuma fadiga. Viessem os contratempos dos elementos regionais, como rios do tamanho do Grande, do Paranaíba, matas a varar, silvícolas ciosos dos seus domínios, cobras venenosas e insetos mortificantes. Além da escassez de víveres em certas quadras, ou dos dissidentes da bandeira, cansados de aguardar o prometido êxito, nada conseguiu desviar o rijo sexagenário da busca incessante em que perseverou por doloroso triênio, confiante em poder algum dia comprovar a afirmativa que o levara a chefiar a expedição favorecida pelo governador. Irmanadas pela origem, desempenharam as duas vilas setecentistas analógicas papel de centro demográfico, por famosas lavras auríferas, de onde se irradiava o influxo civilizador pelas adjacências. Nem as distinguiria substancialmente a diferença de hierarquia administrativa, que por sete décadas, beneficiou a fundação de Bartolomeu Bueno, com as regalias de capital da Capitania, criada ao mesmo tempo que a outra, cuja razões politicas empurraram para Oeste, à beira do Guaporé. Destituída, embora, do primado, a que fazia jus pela tradição e maior valia econômica e social, Cuiabá continuou a manter a sua liderança em vasta porção da Capitania, indevidamente denominada de Mato Grosso, até que cessados os motivos da permanência dos seus governantes na faixa fronteiriça, lhe fosse oficialmente restituída a chefia, de acordo com a realidade (histórica).
CONTRASTES EXPRESSIVOS
A ocorrência sugere o cotejo das duas sedes governativas, que ingressaram na história matogrossense. Cuiabá, de formação bandeirante, provou a sua vitalidade que não esmoreceu durante o período da permanência do Capitão General à margem do Guaporê, onde Rolim de Moura, com os recursos oficiais planejou a Vila Bela da Santíssima Trindade. Não obstante favorecida pelos sucessivos governadores, teve efêmero florescimento. As restrições locais impediram-lhe maior desenvolvimento, além da relevância política adquirida ao tempo em que atuou eficientemente contra ameaçadoras invasões. Opostamente, já havia cessado a mineração em Cuiabá, quando lhe coube acolher o governo regional. As atividades econômicas dos seus habitantes abrangiam outras indústrias, que lhe mantinham a mesma primazia granjeada na era do bandeirismo. E milita por mantê-la, apesar de todas as vicissitudes, que por vezes parecem condená-la ao perecimento, como simples relíquia merecedora dos zelos do “Patrimônio Histórico”. A despeito de todas as adversidades enfrentadas em sua trajetória, evidencia que os destemidos representantes do bandeirismo paulista não se enganaram ao plantar no centro geométrico da América do Sul, o arraial a cujo engrandecimento consagraram os melhores esforços de que foram capazes!
N O T A S
1) - Demangeon (Albert) Problèmes de Geographie Humaine - 1942.
2) - Emulo de Domingos Jorge Velho, atuou Francisco Dias de Avila também na região nordestina. "O rio Salitre, teatro de outras façanhas suas, afirma P. Calmon, foi o centro do movimento, que irrompeu direto ao Piaui. Atravessou a Serra Vermelha, sertão devoluto entre as cabeceiras do rio Fundo e o Santana e Gurgueia e foi arranchar às margens aprazíveis do Parnaiba (do Norte)". "Como fruto de suas incursões, assinala Afonso de Taunay, mandou o Governo Geral erigir as vilas da Barra do Rio Grande, Santa Rita do Rio Preto e Campo Largo". A. de Taunay - Historia Geral das Bandeiras Paulistas, Vol. 11.
3) - Anuário de Minas Gerais - 1909 - pag. 48.
ATENÇÃO!
PESQUISADORES, GENEALOGISTAS, HISTORIADORES, JORNALISTAS, ACADÊMICOS, INSTITUTOS OFICIAIS E ESCRITORES.
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