Natural de Santos SP, filho de Manuel Afonso Gaia e de D. Maria Gonçalves Figueira. Pela carta patente que teve de capitão de infantaria de ordenanças dos moradores do sitio e Barra da Bertioga, na Secretaria do Governo de São Paulo, livro 3.º, consta que o dito capitão...
GPSL: "Foi das principais famílias da dita Capitania (de São Vicente), e que havia servido em praça de soldado e alferes de infantaria do terço que se formou em S. Paulo no ano de 1689, do qual fora mestre de campo o Tte. General Mathias Cardoso de Almeida, e que por ordem do Governo passara para o sertão do Rio Grande, districto de Pernambuco, a castigar o bárbaro gentio pelas mortes e insultos que praticavam contra os moradores daquele vasto sertão, levando 12 arcabuzeiros dos mais destros, seus servos, e com eles acudiu em pessoa em todas as ocasiões que se ofereceram. Que passando com o seu terço pelo rio Jaguaribe, tendo o mestre de campo noticia de que o gentio era muito numeroso, de sorte que bastava a multidão para se perder a vitoria pela total desigualdade do campo do inimigo, estendendo-se até a Capitania do Ceará, que gemia oprimida pelos mesmos barbaros, querendo a um tempo acudir com limitadas forças onde era mais evidente o perigo, se viu precisado a dividir, e foi bastante esta necessidade para o gentio inimigo dar um assalto formidavel contra o nosso campo, em que vitorioso, matou soldados e escravos; porém, que com a valorosa resistência do alferes Antonio Gonçalves Figueira fugiu em grande estrago".... Quem fora mandado em socorro do antigo companheiro de armas de Matias na Guerra da Bahia, Capitão João Amaro Maciel Parente ao Ceará, onde militou até retirar-se por ordem de seu superior, o mesmo Tte. General Matias Cardoso de Almeida, quem fazendo um assalto ao gentio bravo daquela campanha a 12 de Novembro de 1693, o obrigara a recolher-se depois de prestar grande serviço àquelas nascentes povoações e em toda aquela campanha militar regional de 1680 a 1694 (ou, quatorze anos de chumbo!), nela se portando sempre este alferes Antonio Gonçalves Figueira Gaia "com honra e valor." Foi ele quem primeiro levantou engenho naquele sertão do Rio de São Francisco, chamado Brejo Grande. Foi de ânimo tão forte que só com 19 soldados conquistou duas nações de bárbaros gentios no sertão do Rio Pardo, suprindo seis poucos recursos bélicos com inteligência e estratagemas, filhas de sua disciplina militar em que foi exercitado como soldado de fama; e tão vigilante, que no decurso de cinco anos da campanha, sempre dormia calçado, para estar pronto a rebater qualquer ataque de surpresa!
BIOGRAFIA & GENEALOGIA
Silva
Leme descreve sua família no volume VIII pg. 408 de sua Genealogia
Paulistana. Sertanista de Santos, era alferes em 1689. Pertencia à
família Afonso Gaia na qual casara Matias Cardoso de Almeida, pois era
filho de Manuel Afonso Gaia e Maria Gonçalves Figueira. Casou em Santos
com Isabel Ribeiro de Aguiar. Este seu pai Afonso Gaya andou em
Paranaguá na segunda metade do século XVII em pesquisa de minas de ouro e
prata e tinha o Engenho de açúcar de Piraqueraçu, onde morreu.
Seu avô tinha o mesmo nome, Manuel Afonso Gaia, e era português, casado em Santos com Maria Nunes de Siqueira, (na dúvida, fal. em 1667, filha de Pedro Nunes de Siqueira). Foi Juiz ordinário em 1630. Ajudou a combater os antropófagos tamoios que atacavam a costa vicentina e esteve na famosa bandeira de Nicolau Barreto ao Guairá em 1602 (Oeste do Paraná).
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Figueira Gaya, muito moço em 1674, desde a bandeira mineradora de Fernão Dias acompanhava seu cunhado Matias Cardoso de Almeida. Com ele iria em socorro da Bahia, contra os Anaiós (sob o comando geral do então Governador da Guerra da Bahia Estevão Ribeiro Bayão Parente, pai de João Amaro Maciel Parente, com link dedicado neste site); e logo após em 1689, fez parte do seu Terço (divisão) contra os aborígenes do atual Rio Grande do Norte, no Rio Jaguaribe e Ceará, onde permaneceu com sua tropa auxiliando o citado João Amaro Maciel Parente então já Mestre de Campo (general) até Matias lhe ordenar sua volta ao Ceará, em 1693. No Terço tinha só 12 soldados, mas compensados por serem exímios atiradores.
Acabada a guerra de retaliação
contra os cruéis assaltos dos aborígenes antropófagos, em 1694 se
estabeleceu com 700 escravos (feitos na partilha de guerra, conforme a
Lei da época), no Brejo Grande, fundando um engenho de cana, o primeiro
naquelas paragens, e depois passando-se ao sertão do Rio Verde, onde
fundou fazendas de criar chamadas Jaiba, Olhos D'Água e Montes Claros.
A fim de conectar o seu distrito com as outras regiões mineiras
próximas, abriu estrada rumo ao rio São Francisco por 40 léguas vindo
entroncar na do Pitangui, com o fito de suprir carne do seu gado vacum
aos agradecidos mineiros paulistas locais, sempre em luta!
Um
irmão de Antônio Gonçalves Figueira Gaya recebeu o nome do pai e do
avô: Manuel Afonso Gaia (Bisneto). Este, no final do século XVII partiu
para as Minas Gerais. Outro irmão foi o Capitão João Gonçalves Figueira
Gaya, batizado em 1675 em Santos, e mais tarde morador do Serro Frio,
sertanista que também andou em 1707 na tropa do seu cunhado, o mesmo
mestre de campo Matias Cardoso de Almeida.
Seu avô tinha o mesmo nome, Manuel Afonso Gaia, e era português, casado em Santos com Maria Nunes de Siqueira, (na dúvida, fal. em 1667, filha de Pedro Nunes de Siqueira). Foi Juiz ordinário em 1630. Ajudou a combater os antropófagos tamoios que atacavam a costa vicentina e esteve na famosa bandeira de Nicolau Barreto ao Guairá em 1602 (Oeste do Paraná).
C A N I B A I S
Nomadismo e
promiscuidade
Talvez a maior descoberta dos portugueses ao
desembarcarem em nossas terras tenha sido - os próprios índios -, um tipo humano
ainda desconhecido dos lusos e de qualquer outra parte do mundo. Trogloditas. A única ciência dos
indígenas era a floresta. O objetivo de suas vidas era comer, beber, caçar,
combater e matar!
As aldeias que construíram — as tabas, duravam pouco, no máximo quatro anos: as madeiras apodreciam, as palmas dos tetos já não os cobriam e toda a caça da redondeza estava extinta.
Se alguma tribo se dedicava precariamente à agricultura, as terras cultiváveis já estavam cansadas, o que os obrigava a se mudarem de lugar. Além de predadores da natureza, "nossos" índios, com seus costumes nômades, jamais conheceram qualquer tipo de desenvolvimento industrial ou cultural.
As aldeias que construíram — as tabas, duravam pouco, no máximo quatro anos: as madeiras apodreciam, as palmas dos tetos já não os cobriam e toda a caça da redondeza estava extinta.
Se alguma tribo se dedicava precariamente à agricultura, as terras cultiváveis já estavam cansadas, o que os obrigava a se mudarem de lugar. Além de predadores da natureza, "nossos" índios, com seus costumes nômades, jamais conheceram qualquer tipo de desenvolvimento industrial ou cultural.
Cunhambebe, cacique canibal, vangloriava-se de ter deglutido dezenas de inimigos! |
Os
laços sociais que os uniam eram de tal maneira frouxos que suas
pequenas tribos se fracionavam cada vez mais. As constantes guerras de
extermínio entre elas constituíam outro motivo que sua demografia se debilitasse em extremo.
Nessas pobres almas predominava o instinto da vingança. Iniciadas as rixas, que eram transmitidas de pais para filhos, não se poderia esperar nenhum sentimento de abnegação em favor do interesse racial comum e tampouco da sua impensada posteridade.
Ao contrário de certas visões idílicas que alguns autores indigenistas (de esquerda) procuram dar àquela rude vida tribal, ela se caracteriza muito mais pela completa promiscuidade, causadora de todas as espécies de doenças e vícios morais.
Vários cronistas da época relatam que e antes da conversão cristã, eles moravam em casas compridas — as ocas — cuja superfície era de trezentos ou quatrocentos palmos por cinquenta de largura; suas paredes eram de palha e o teto recoberto de folhas de palmeiras. Dentro delas viviam esparramados indistintamente cerca de cem a duzentos silvícolas. Entrando na oca, via-se a todos e tudo quanto faziam. Uns cantavam, outros riam, outros choravam, alguns preparavam farinha, outros o cauim, outros praticavam sexo. Havia pequenos fogos por todos os lados dando a aparência de um labirinto infernal.
Essas
tabas eram escuras, malcheirosas e esfumaçadas. À guisa de camas, os
infelizes nativos usavam uma espécie de rede que exalava um odor
horripilante, pois eles eram tão preguiçosos que nem se levantavam para defecar - faziam tudo ali mesmo!
Eram seres subumanos inteiramente rudimentares, ferozes, astutos, mentirosos e traiçoeiros. E, além do mais, eram canibais!
As cerimônias de matanças públicas serviam de pretexto para festas e
ajuntamentos. Daí a denominação de “antropofagia ritual” que lhes deram. Os
aborígines comiam seus inimigos por vingança. Suas expedições guerreiras tinham
também como fim proverem-se de carne humana.
Durante os combates, os índios visavam sobretudo à captura de prisioneiros. Após uma luta preliminar, os guerreiros de ambos os lados precipitavam-se uns contra os outros, esforçando-se para desarmar o adversário e aprisioná-lo vivo. Os mortos e feridos no campo de batalha eram dizimados e devorados imediatamente, levando-se também diversas partes assadas para casa. A expedição vitoriosa fazia uma entrada triunfal em todas as tabas aliadas, ao longo do caminho. Ao chegar à aldeia de origem, as tropas obrigavam o prisioneiro a gritar: eu, vossa comida, cheguei!
Nenhum
deles podia escapar ao sacrifício ritual ao qual era destinado.
Caso adoecesse, os indígenas levavam-no mata adentro e partiam-lhe o
crânio, deixando o cadáver insepulto. A duração do cativeiro variava
muito, pois os velhos eram mortos sempre no retorno da expedição,
enquanto os jovens poderiam manter-se cativos por vários meses, até
anos.
Marcada a data da execução, todos os vizinhos e aliados eram convidados a tomar parte no festim. Passavam a noite precedente, num simulacro de vigília, a dançar, cantar e beber. Logo ao alvorecer, várias mulheres conduziam a vítima amarrada pela cintura até a praça da execução, no centro da aldeia, em meio a grande alvoroço. Aparecia então, no pátio, o carrasco dançando com um enorme tacape nas mãos, e, aproximando-se do prisioneiro, o brandia com toda força, quebrando-lhe a cabeça.
Mal o mísero massacrado caísse morto, velhas índias precipitavam-se sobre ele para recolher em uma cuia o sangue e os miolos que eram engolidos ainda quentes. Em seguida, o cadáver era assado como se fosse um porco e depois esquartejado, levando-se então os pedaços às cabanas em meio a gritos de alegria. Os selvagens acreditavam que, comendo a carne do inimigo, apropriavam-se de suas qualidades e manifestavam sua superioridade sobre ele.
Antropofagia doméstica
Algumas tribos comiam mediante culto macabro, membros falecidos de sua família, dando-lhes, como pensavam, um digno sepultamento - em seus próprios estômagos!
Nas tribos que praticavam a antropofagia era frequente encontrar esse canibalismo doméstico, mágico ou participativo. Ele procede da crença de que, pela ingestão das carnes de um indivíduo, dá-se a mais íntima união possível com ele, e por conseguinte, a participação em suas qualidades: coragem, vigor, destreza, etc. Daí os banquetes sagrados em que eram comidos, em festividades solenes, os personagens tidos como superiores: o cacique, o pajé, os guerreiros ou heróis - frequentemente pessoas da própria tribo.
Assim, a fim de se revestirem das qualidades desejadas de seus antepassados, surgiu em várias tribos o costume de ingerir-lhes, em rituais fúnebres, as cinzas com bebidas especiais.
Um mês após o funeral do familiar, desenterravam seu cadáver, já em adiantadíssimo estado de putrefação, e o colocavam em uma grande panela sobre o fogo, até que lhe extinguissem as partes moles. Os odores fétidos exalados durante o ato completavam aquele ritual macabro. Quando os ossos ficavam carbonizados, eram triturados e reduzidos a pó. Este, por sua vez, era colocado em grandes cuias de madeira cheias de bebidas. Todo o grupo presente bebia então esta mistura até a última gota, crendo que as virtudes do morto haviam se transmitido a todas as pessoas que a ingeriam.
Nessas pobres almas predominava o instinto da vingança. Iniciadas as rixas, que eram transmitidas de pais para filhos, não se poderia esperar nenhum sentimento de abnegação em favor do interesse racial comum e tampouco da sua impensada posteridade.
Ao contrário de certas visões idílicas que alguns autores indigenistas (de esquerda) procuram dar àquela rude vida tribal, ela se caracteriza muito mais pela completa promiscuidade, causadora de todas as espécies de doenças e vícios morais.
Vários cronistas da época relatam que e antes da conversão cristã, eles moravam em casas compridas — as ocas — cuja superfície era de trezentos ou quatrocentos palmos por cinquenta de largura; suas paredes eram de palha e o teto recoberto de folhas de palmeiras. Dentro delas viviam esparramados indistintamente cerca de cem a duzentos silvícolas. Entrando na oca, via-se a todos e tudo quanto faziam. Uns cantavam, outros riam, outros choravam, alguns preparavam farinha, outros o cauim, outros praticavam sexo. Havia pequenos fogos por todos os lados dando a aparência de um labirinto infernal.
Eram seres subumanos inteiramente rudimentares, ferozes, astutos, mentirosos e traiçoeiros. E, além do mais, eram canibais!
Durante os combates, os índios visavam sobretudo à captura de prisioneiros. Após uma luta preliminar, os guerreiros de ambos os lados precipitavam-se uns contra os outros, esforçando-se para desarmar o adversário e aprisioná-lo vivo. Os mortos e feridos no campo de batalha eram dizimados e devorados imediatamente, levando-se também diversas partes assadas para casa. A expedição vitoriosa fazia uma entrada triunfal em todas as tabas aliadas, ao longo do caminho. Ao chegar à aldeia de origem, as tropas obrigavam o prisioneiro a gritar: eu, vossa comida, cheguei!
Marcada a data da execução, todos os vizinhos e aliados eram convidados a tomar parte no festim. Passavam a noite precedente, num simulacro de vigília, a dançar, cantar e beber. Logo ao alvorecer, várias mulheres conduziam a vítima amarrada pela cintura até a praça da execução, no centro da aldeia, em meio a grande alvoroço. Aparecia então, no pátio, o carrasco dançando com um enorme tacape nas mãos, e, aproximando-se do prisioneiro, o brandia com toda força, quebrando-lhe a cabeça.
Mal o mísero massacrado caísse morto, velhas índias precipitavam-se sobre ele para recolher em uma cuia o sangue e os miolos que eram engolidos ainda quentes. Em seguida, o cadáver era assado como se fosse um porco e depois esquartejado, levando-se então os pedaços às cabanas em meio a gritos de alegria. Os selvagens acreditavam que, comendo a carne do inimigo, apropriavam-se de suas qualidades e manifestavam sua superioridade sobre ele.
Antropofagia doméstica
Algumas tribos comiam mediante culto macabro, membros falecidos de sua família, dando-lhes, como pensavam, um digno sepultamento - em seus próprios estômagos!
Nas tribos que praticavam a antropofagia era frequente encontrar esse canibalismo doméstico, mágico ou participativo. Ele procede da crença de que, pela ingestão das carnes de um indivíduo, dá-se a mais íntima união possível com ele, e por conseguinte, a participação em suas qualidades: coragem, vigor, destreza, etc. Daí os banquetes sagrados em que eram comidos, em festividades solenes, os personagens tidos como superiores: o cacique, o pajé, os guerreiros ou heróis - frequentemente pessoas da própria tribo.
Assim, a fim de se revestirem das qualidades desejadas de seus antepassados, surgiu em várias tribos o costume de ingerir-lhes, em rituais fúnebres, as cinzas com bebidas especiais.
Um mês após o funeral do familiar, desenterravam seu cadáver, já em adiantadíssimo estado de putrefação, e o colocavam em uma grande panela sobre o fogo, até que lhe extinguissem as partes moles. Os odores fétidos exalados durante o ato completavam aquele ritual macabro. Quando os ossos ficavam carbonizados, eram triturados e reduzidos a pó. Este, por sua vez, era colocado em grandes cuias de madeira cheias de bebidas. Todo o grupo presente bebia então esta mistura até a última gota, crendo que as virtudes do morto haviam se transmitido a todas as pessoas que a ingeriam.
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Figueira Gaya, muito moço em 1674, desde a bandeira mineradora de Fernão Dias acompanhava seu cunhado Matias Cardoso de Almeida. Com ele iria em socorro da Bahia, contra os Anaiós (sob o comando geral do então Governador da Guerra da Bahia Estevão Ribeiro Bayão Parente, pai de João Amaro Maciel Parente, com link dedicado neste site); e logo após em 1689, fez parte do seu Terço (divisão) contra os aborígenes do atual Rio Grande do Norte, no Rio Jaguaribe e Ceará, onde permaneceu com sua tropa auxiliando o citado João Amaro Maciel Parente então já Mestre de Campo (general) até Matias lhe ordenar sua volta ao Ceará, em 1693. No Terço tinha só 12 soldados, mas compensados por serem exímios atiradores.
Primeira casa da Vila das Formigas em Montes Claros |
Antonio
Gonçalves Figueira Gaia nasceu em Santos, como já dissemos, vila do litoral de São Paulo.
Era filho primogênito de Dona Maria Gonçalves Figueira (de Itanhaém) e Manoel Afonso Gaia,
bandeirante do litoral (de Santos). Ali se transformou em sertanista
famoso, distinguindo-se sobremaneira na campanha contra os índios Anaiós
(da Bahia), não somente por sua bravura, mas também pela compensação de
suas poucas forças militares, pela prática de astúcia e estratagemas.
Sua primeira viagem ao que hoje se constitui o Norte de Minas, foi
quando participou da famosa expedição das esmeraldas do lendário
bandeirante Fernão Dias Paes, que saiu de São Paulo no dia 30 de
Outubro de 1672, com o seu genro Manoel da Borba Gato e seus filhos
Garcia Rodrigues e outro. Figueira nessa expedição era ajudante de
ordens do seu cunhado Matias Cardoso de Almeida, que por sua vez era o
loco-tenente do "Governador das Esmeraldas".
Apontamentos de Azevedo Marques, pg. 67.
Antonio Gonçalves Figueira (Gaia) descobriu à sua custa os dois sertões e margens dos rios Verde e Pardo nas Minas Gerais de São Paulo. Possuiu no Rio Verde as fazendas chamadas do Jaíba, Olhos D'Água e Montes Claros, e abriu caminho do Rio São Francisco para a Ribeira, a fim de que este sertão ficasse povoado com fazendas de gado em distancia de mais de 60 léguas, tudo à sua custa. Em Santos serviu todos os cargos públicos; foi proprietário da grande fazenda local chamada Curuguatiba, depois conhecida com o nome de Camaru. Despendeu avultadas quantias na capela da ordem terceira do Carmo e faleceu naquela mesma vila de Santos, para onde se retirou na sua velhice, deixando os filhos seguintes de seu consorcio com D. Isabel Ribeiro de Aguiar, filha de Manuel Carvalho de Aguiar e de D. Francisca da Silva Teixeira:
1. - Manuel Angelo Figueira (Gaia), sargento-mor, casado a primeira vez com D. Isabel Caetana Leite de Azevedo e a segunda vez com D. Rosa Jacinta da Silva. 2. - D. Francisca Angela Xavier da Silva, casada com o ajudante Isidoro José.
3. - D. Maria Inacia da Silva, casada com Manuel de... e Almeida.
4. - Miguel Gonçalves Figueira (Gaia).
5. - José Antonio Gonçalves Figueira (Gaia).
6. - Córdula Maria de Jesus, casada pela primeira vez com Ribeiro de Mendonça e a segunda vez com Salvador Gomes (In P. Taques - Nobiliarquia Paulistana.)
O Grande Pioneiro Desbravador do Norte Mineiro
Muitos anos se passaram desde estas aventuras, até que o grande bandeirante e desbravador do sertão, Antonio Gonçalves Figueira (Gaia), sossegou-se da guerra como povoador assentado, ao receber uma sesmaria (com três léguas de comprimento e légua e meia de largura) premiado (como era o costume) pelos serviços prestados ao Governador Geral do Estado do Brasil, no Leste, Nordeste e Sudeste. Chegando Figueira às margens do Rio Verde e vendo a fertilidade das terras com suas pastagens nativas (onde até o sal gratuito aparecia nas baixadas salobras dos barreiros), sentiu ser ali o lugar ideal para fazer sua fortuna. Não só com o ouro e pedras preciosas, que era o grande sonho bandeirante, mas também com a pecuária, que até hoje é o expoente máximo da economia daquela região. Ali implantou a famosa “Fazenda dos Montes Claros”, que depois se tornou cidade progressista.
Mais tarde, visando alcançar melhor rendimento para sua produção de gado, Figueira abriu novas estradas, desbravando extensas matas, ligando-se à Tronqueira na Bahia e ao São Francisco, mantendo grande comunicação e comércio com amigos, parentes e outros fazendeiros mais antigos.
Apontamentos de Azevedo Marques, pg. 67.
Antonio Gonçalves Figueira (Gaia) descobriu à sua custa os dois sertões e margens dos rios Verde e Pardo nas Minas Gerais de São Paulo. Possuiu no Rio Verde as fazendas chamadas do Jaíba, Olhos D'Água e Montes Claros, e abriu caminho do Rio São Francisco para a Ribeira, a fim de que este sertão ficasse povoado com fazendas de gado em distancia de mais de 60 léguas, tudo à sua custa. Em Santos serviu todos os cargos públicos; foi proprietário da grande fazenda local chamada Curuguatiba, depois conhecida com o nome de Camaru. Despendeu avultadas quantias na capela da ordem terceira do Carmo e faleceu naquela mesma vila de Santos, para onde se retirou na sua velhice, deixando os filhos seguintes de seu consorcio com D. Isabel Ribeiro de Aguiar, filha de Manuel Carvalho de Aguiar e de D. Francisca da Silva Teixeira:
1. - Manuel Angelo Figueira (Gaia), sargento-mor, casado a primeira vez com D. Isabel Caetana Leite de Azevedo e a segunda vez com D. Rosa Jacinta da Silva. 2. - D. Francisca Angela Xavier da Silva, casada com o ajudante Isidoro José.
3. - D. Maria Inacia da Silva, casada com Manuel de... e Almeida.
4. - Miguel Gonçalves Figueira (Gaia).
5. - José Antonio Gonçalves Figueira (Gaia).
6. - Córdula Maria de Jesus, casada pela primeira vez com Ribeiro de Mendonça e a segunda vez com Salvador Gomes (In P. Taques - Nobiliarquia Paulistana.)
O Grande Pioneiro Desbravador do Norte Mineiro
Muitos anos se passaram desde estas aventuras, até que o grande bandeirante e desbravador do sertão, Antonio Gonçalves Figueira (Gaia), sossegou-se da guerra como povoador assentado, ao receber uma sesmaria (com três léguas de comprimento e légua e meia de largura) premiado (como era o costume) pelos serviços prestados ao Governador Geral do Estado do Brasil, no Leste, Nordeste e Sudeste. Chegando Figueira às margens do Rio Verde e vendo a fertilidade das terras com suas pastagens nativas (onde até o sal gratuito aparecia nas baixadas salobras dos barreiros), sentiu ser ali o lugar ideal para fazer sua fortuna. Não só com o ouro e pedras preciosas, que era o grande sonho bandeirante, mas também com a pecuária, que até hoje é o expoente máximo da economia daquela região. Ali implantou a famosa “Fazenda dos Montes Claros”, que depois se tornou cidade progressista.
Mais tarde, visando alcançar melhor rendimento para sua produção de gado, Figueira abriu novas estradas, desbravando extensas matas, ligando-se à Tronqueira na Bahia e ao São Francisco, mantendo grande comunicação e comércio com amigos, parentes e outros fazendeiros mais antigos.
Através deste caminho, a
notícia da “Fazenda dos Montes Claros” corria e promovia a chegada de
índios acuados, negros foragidos, companheiros expulsos de outras
minas, e assim a região foi se povoando sobremaneira; e à medida que sua ambição e os
negócios cresciam, multiplicavam-se cada vez mais os currais de gado
e os pontos estratégicos para negócios, prolongando-se a linha
Montes Claros-Rio das Velhas, ligando-se à
Sabará, Serro e Pitangui.
|
Tudo
isto, feito com grande sacrifício, esforço e bravura, próprios de um
bandeirante paulista, com seu espírito audacioso e intrépido! Sempre
ambicioso, Figueira Gaia já se comunicava com várias cidades mineiras,
levando carne para alimentação das minas, tornando essa Região o maior
centro comercial de gado da época. Durante anos ele trabalhou como um
bravo conquistador de territórios, acumulando fortuna e desenvolvendo
comércio desta região que se tornara conhecida e cobiçada por
fazendeiros de São Paulo e Bahia que por ali passavam.
Muito tempo depois, ressentindo-se Figueira Gaia da sua idade provecta, quis então rever sua pátria natal, vendendo suas terras e bens ao Alferes José Lopes de Carvalho, retornando então a Santos SP, onde residia o restante de sua família. Nesta altura ele já havia transferido a sede da fazenda para as margens do Rio Vieira por causa da febre palustre das margens do Rio Verde, onde José Lopes, seu grande admirador e sucessor, deu prosseguimento ao aperfeiçoamento daquela progressista região.
Muito tempo depois, ressentindo-se Figueira Gaia da sua idade provecta, quis então rever sua pátria natal, vendendo suas terras e bens ao Alferes José Lopes de Carvalho, retornando então a Santos SP, onde residia o restante de sua família. Nesta altura ele já havia transferido a sede da fazenda para as margens do Rio Vieira por causa da febre palustre das margens do Rio Verde, onde José Lopes, seu grande admirador e sucessor, deu prosseguimento ao aperfeiçoamento daquela progressista região.
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